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Leia maisAo alinharmos os nossos propósitos compondo visões complementares de um mesmo horizonte criamos o nosso futuro comum. Este termo cunhado em 1987 no revolucionário Relatório Brundtland apresentava uma nova perspectiva à época sobre o que seria desenvolvimento: “satisfazer as necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às suas próprias.”
Podemos tirar daí que por isso toda comunidade deveria ser de inovação. Visto que “o todo é maior que a soma de suas partes”, segundo validou Aristóteles há mais de 2500 anos. O que matematicamente parece contraditório é organicamente comprovado quando a minha ideia conectada à sua permite um salto disruptivo que se mantivéssemos cada um em sua própria jornada não seria possível.
O problema para isso começa logo na saída: percepção de valor. Como fazer com que indivíduos heterogêneos unidos pela quebra da restrição espaço-tempo conectem necessidades, competências e prioridades tão diversas?
Parte da incredulidade nas comunidades se origina do fato de confundi-las com um grupo de pessoas/ideias semelhantes. Achar que é preciso termos unanimidade de perfil para tornar algo comum a todos é um erro primário na formação de um ecossistema de inovação.
“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza e temos o direito de ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza.” – Boaventura de Souza Santos
A sacada está na lição final da mãe da Cinderela para a sua filha: tenha coragem e seja gentil. Usemos o ímpeto para dizer o que pensamos, empreender no que acreditamos e romper com os padrões globais que limitam a inovação, mas sem permitir que a paixão, combustível essencial para tirar uma ideia do papel, se torne um entrave na coexistência, não manifestando empatia, respeito uns pelos outros e sem compartilhar o nosso melhor com todos que dele precisam.
Teremos, então, uma comunidade, entendendo que de fato estamos numa ‘coopetição’, uma competição com espaço para muitos no pódio. Empreendedores que percebem o valor antes de tudo da cooperação para criarmos os meios do nosso ecossistema se fortalecer e alimentar nossas ideias e ideais. O caminho está em rever nossos conceitos de força, fraqueza, oportunidade e ameaça quando aplicados a essa proposta cooperativa, pois o ambiente externo toma outra dimensão quando associado à comunidade.
Temos muito a revolucionar e riquezas a gerar com soluções tecnológicas para toda humanidade, só não podemos perder a nossa humanidade ao priorizar questões exclusivamente de interesse pessoal.
A maior inovação que uma comunidade pode gerar é a formação de indivíduos oxigenados, que enxergam no outro as próprias convicções que os trouxeram até aqui e juntos irem além.
Celebremos em nossa comunidade o fato de que “o próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir”. – Pietro Ubaldi.
Daniel Franco
Coordenador do Academy da Sai do Papel
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